A ideia de que produtividade e responsabilidade ambiental caminham em direções opostas é cada vez mais ultrapassada, como menciona Aldo Vendramin, empresário e fundador, o futuro do agronegócio pertence aos produtores capazes de unir desempenho econômico, sustentabilidade e respeito às pessoas. Essa mudança não se baseia apenas em valores éticos, mas em exigências de mercado, legislações, tecnologias e na própria evolução das fazendas contemporâneas. A produtividade de hoje precisa estar alinhada ao impacto que deixará amanhã.
Neste artigo venha compreender como o equilíbrio pode destacar seu negócio no mercado e a importância de algumas ações para impulsionar sua visão estratégica.
O novo perfil do agro brasileiro: eficiência com propósito
Conforme informa o senhor Aldo Vendramin, a competitividade no agronegócio moderno depende de três pilares: gestão eficiente, tecnologia aplicada e responsabilidade socioambiental. O mundo compra cada vez mais de quem produz com transparência, reduz emissões, preserva o solo e trata bem seus trabalhadores. Isso significa que sustentabilidade não é um diferencial: é uma exigência que interfere diretamente na rentabilidade.
Ao alinhar produtividade e responsabilidade, o produtor amplia:
- acesso a mercados internacionais;
- oportunidades com indústrias e centros de processamento;
- competitividade em certificações;
- reputação da marca agrícola;
- oportunidades de crédito rural;
- longevidade da propriedade.
Portanto, a boa gestão ambiental se transformou em ativo econômico.

Tecnologia como aliada do uso eficiente de recursos
A adoção de tecnologias inteligentes é a principal ponte entre produtividade e sustentabilidade, destaca Aldo Vendramin. A agricultura de precisão, por exemplo, permite aplicar insumos apenas onde necessário, na quantidade correta, reduzindo desperdícios e evitando impactos no solo e na água.
Entre as ferramentas indispensáveis estão:
- sensores de umidade e temperatura;
- drones de mapeamento;
- softwares de gestão agrícola;
- sistemas automáticos de irrigação;
- máquinas conectadas que registram operações em tempo real.
Essas tecnologias ajudam a reduzir consumo de água, melhorar eficiência da adubação, evitar compactação do solo e aumentar o controle sobre o ciclo produtivo.
O solo como patrimônio: práticas que preservam e aumentam produtividade
Produtividade sustentável começa no solo, e Aldo Vendramin alude que a qualidade do solo é o patrimônio mais valioso de uma propriedade rural, e também o mais vulnerável quando não há manejo adequado. Práticas como plantio direto, rotação de culturas, uso de adubos verdes e biofertilizantes fortalecem a estrutura física e biológica do solo, melhorando retenção de água, reciclagem de nutrientes e resistência à erosão.
Solos vivos produzem mais, exigem menos insumos e garantem estabilidade diante de irregularidades climáticas.
Pecuária responsável: bem-estar animal como estratégia de valor
O bem-estar animal influencia diretamente a produtividade. Animais saudáveis ganham peso melhor, se estressam menos, apresentam menor taxa de mortalidade e possuem eficiência alimentar superior, com o uso de práticas como manejo racional, instalações adequadas, acesso à água limpa, sombra e alimentação equilibrada formam a base de uma pecuária moderna.
Além disso, mercados internacionais exigem comprovação de bem-estar e rastreabilidade, tornando esse cuidado essencial para propriedades que buscam ampliar exportações, como ressalta o senhor Aldo Vendramin.
Redução de perdas: sustentabilidade e lucro no mesmo processo
Grande parte do impacto ambiental e econômico nas cadeias produtivas ocorre no momento pós-colheita. Investir em armazenagem, secagem e logística é uma das formas mais eficazes de alinhar produtividade e responsabilidade.
As principais estratégias incluem:
- silos com boa aeração;
- controle rigoroso de umidade;
- estruturas internas planejadas;
- manutenção de máquinas e equipamentos;
- rotinas padronizadas de carga e descarga.
Reduzir perdas significa usar menos área produtiva para gerar a mesma entrega, diminuindo pressão ambiental e aumentando margem de lucro.
Energia limpa e eficiência dentro da fazenda
Nos últimos anos, muitas propriedades estão adotando sistemas de energia solar, biodigestores e outros mecanismos que reduzem a dependência energética. Esses investimentos, além de sustentáveis, geram economia a médio prazo e melhor controle operacional.
Aldo Vendramin expõe que o uso de biodigestores, por exemplo, permite transformar resíduos da pecuária em energia elétrica, térmica e biofertilizante, fechando ciclos e reduzindo impactos ambientais.
Relação com trabalhadores e comunidade: responsabilidade social na prática
A produtividade também depende de pessoas. Segundo o empresário Aldo Vendramin, propriedades que cuidam de seus trabalhadores têm menor rotatividade, maior eficiência operacional e melhores indicadores de qualidade.
Isso inclui:
- treinamento contínuo;
- segurança no trabalho;
- moradia adequada;
- uso correto de EPIs;
- jornadas regulares;
- programas de capacitação.
Da mesma forma, a relação com comunidades rurais como escolas, cooperativas, vizinhos e prefeituras, fortalece a imagem do produtor e cria redes que favorecem o desenvolvimento regional.
Certificações e rastreabilidade como portas para o mercado internacional e para o futuro
O mundo exige comprovação. Certificações como GlobalG.A.P., RTRS, CAR, programas de autocontrole, monitoramento ambiental e relatórios de sustentabilidade já são diferenciais competitivos. Produtos rastreáveis, com histórico de manejo e informações claras sobre origem, têm maior valor de mercado e ampliam a confiança do consumidor.
Conciliar lucro, sustentabilidade e bem-estar não é apenas possível, é estratégico. Como considera Aldo Vendramin, o produtor que adota práticas responsáveis ganha eficiência, melhora sua reputação e fortalece a posição do Brasil no comércio global. O agro que cuida do solo, das pessoas e dos recursos naturais é o agro que prospera com estabilidade e abre portas para novas oportunidades.
A produtividade do futuro nasce do equilíbrio. E cabe ao produtor transformar responsabilidade em vantagem competitiva todos os dias.
Autor: Madea Bandor
